Quando eu completei dois anos minha mãe preparou uma festa linda para comemorar. Eu sou da época que festa de criança era sinônimo de vovós, titias e mamãe reunidas enrolando brigadeiros e beijinhos, embalando balas de coco, preparando enfeites para a mesa.

Eu adoro ver as fotos dessa festa pois minha mãe se empenhou em fazer algo muito especial. O tema foi formiguinhas e com a ajuda da vovó, da bisa e da titha fizeram formigas de bolas de isopor para enfeitar a mesa de doces. Cada formiga foi vestida por um avental branco e uma bandana vermelha. As balas de coco fizeram as vezes da grama e ainda montaram cogumelos vermelhos com pintinhas brancas. Para completar minha bisavó costurou um vestido vermelho e minha mãe pintou formiguinhas no avental.

Toda essa dedicação e carinho serviram de inspiração para que eu fizesse a festa de aniversário do meu Rafael que completa hoje (16/12) dois anos. Ele adora animais da fazenda e por isso esse foi o tema da mesa da festa.

Logo percebi que não seria tarefa fácil montar a mesa decorada afinal não herdei as habilidades artísticas da minha mãe, meu negócio é cozinhar. Além disso, hoje em dia existe uma certa expectativa sobre os aniversários o que aumenta a pressão sobre tudo. E para apimentar mais o desafio, sou virginiana, ou seja precisa sair perfeito (pelo menos aos meus olhos).

Organizei minhas idéias. Comecei definindo o cardápio e a lista de compras. Como eu só teria dois dias para preparar doces e almoço, decidi mandar fazer o bolo e os biscoitos fora. Assumi a responsabilidade de fazer a feijoada, os sucos, as tortinhas de morango, os pretigios de colher, os brigadeiros, os beijinhos, os cupcakes e as gelatinas.

Depois desenhei como ficaria a mesa e parti para a 25 de março para buscar os enfeites e materiais necessários para monta-la. Claro que não encontrei tudo como eu imaginava, mas fui fazendo as adaptações necessárias com o que tinha disponível. Chegando em casa, fiz um teste e coloquei os enfeites sobre a mesa para garantir que ficaria harmônico e que não faltaria nada.

A parte boa de fazer tudo em casa é contar com a ajuda e o amor de outras pessoas. Minha casa ficou cheia. Contei com a minha mãe, minha sogra, dinda do Rafa, minha amiga Daniela, meu marido, meu pai, minha madrasta e minha secretária Neuma. Cada um participou do processo de uma forma. Seja cozinhando, enrolando doces, cuidando do Rafa, pendurando enfeites, enchendo os balões ou fazendo companhia a ajuda foi fundamental e transformou a festa numa boa oportunidade de conversar, rir e se divertir.

Em um determinado momento parei e olhei para a cena da família reunida trabalhando, e meu coração se encheu de amor. Naquele momento todo o trabalho fez sentido. O Rafael participou de todo o processo entendendo pouco mas se divertindo muito com a presença de todos.

Essa experiência toda só reforçou aquilo que acredito e quero ensinar ao Rafael. O maior ativo que temos é nossa família. Uma festa é só uma festa, mas um projeto único, a disposição pessoal de cada um em participar, o carinho colocado em cada receita em cada enfeite é onde está o verdadeiro valor. Valor que foge ao monetário ou ao status. Valor que enche nosso coração e no faz pessoas melhores.

                                                                                                                                       Foto: Bruna Romaro

O resultado foi uma festa simples e inesquecível. Espero que quando meu filho faça a festa para meu neto de dois anos ele também inspire-se pelo amor que tivemos por ele nessa mesma data.